Revista Veja Saúde

O câncer de pele é o mais comum em seres humanos: são mais de 2 milhões de casos previstos anualmente no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Sozinho, ele representa 30% dos tumores malignos registrados no Brasil, com mais de 180 mil novos casos por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A exposição ao sol é a grande vilã para o surgimento da doença, que, apesar dos números superlativos, em geral é considerada algo de menor importância. Por que será que as pessoas ainda agem assim?

Realmente, o câncer de pele está associado, na maioria dos casos, a uma baixa taxa de mortalidade. Além disso, mesmo os tipos mais agressivos têm grandes chances de cura se identificados e tratados precocemente.

Mas não se engane: se é câncer, não é algo benigno. A doença exige toda atenção e cuidado, inclusive porque a pele é o maior órgão do nosso corpo! Saiba que o câncer de pele pode provocar expressivas sequelas ou cicatrizes e até mesmo matar.

Assim, precisamos agir como detetives e conhecer os sinais suspeitos desse problema de saúde pública. Da mesma forma, devemos nos conscientizar a respeito das medidas que comprovadamente reduzem o risco da doença e entender do que dispomos hoje no arsenal terapêutico.

O câncer de pele se divide entre não melanoma e melanoma. O termo “câncer de pele não melanoma” agrupa, na realidade, uma série de doenças, mas as mais comuns são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Esse grupo representa a grande maioria dos casos: segundo o Inca, são mais de 176 mil novos casos por ano no Brasil, número muito provavelmente subestimado.
É raro eles levarem a óbito, mas isso pode ocorrer. No Brasil, aliás, estima-se que o câncer de pele não melanoma cause mais de 2 mil mortes anuais.

Fora a exposição solar excessiva e sem proteção, a ciência já conhece alguns fatores ligados a uma maior propensão aos tumores de pele não melanoma. São eles:

Ter pele, olhos ou cabelos claros, o que aumenta em 20 vezes o risco Histórico pessoal ou familiar da doença
Uso de câmaras de bronzeamento artificial
Imunossupressão, isto é, estar com o sistema imune enfraquecido devido a infecções, transplantes ou tratamentos oncológicos
Infecção pelo vírus HPV
Síndromes genéticas como albinimos e xeroderma pigmentoso

O carcinoma basocelular
Esse tipo é o câncer de pele mais frequente: representa 70% dos casos. Origina-se das células basais, que ficam na parte inferior da epiderme. Sua aparência depende do subtipo: nodular, infiltrativo, superficial ou misto.

O nodular, mais comum, se parece como uma “bolinha” ou nódulo, com aspecto perolado, que pode ter pequenos “vasinhos” na superfície. Já o subtipo infiltrativo, mais temido e traiçoeiro, pode simular uma pequena cicatriz esbranquiçada na pele, de crescimento progressivo e sem história de trauma prévio.

O tumor cresce lentamente, com baixa capacidade de se espalhar para outros órgãos. Tem mais de 90% de chance de cura se diagnosticado no início. Porém, caso não tratado, pode crescer descontroladamente e atingir estruturas importantes, com impactos estéticos significativos — basta lembrar que o rosto é o alvo mais comum — e é potencialmente fatal.

Durante muitos anos, o carcinoma basocelular foi considerado típico de idosos. Afinal, mais de 80% surgiam em pessoas acima dos 60 anos.
Porém, nas últimas décadas, a ocorrência em indivíduos com menos de 40 anos tem aumentado, especialmente entre as mulheres, por causa da cultura do bronzeamento.

Outros fatores que podem desencadear a doença em jovens são o sistema imunológico enfraquecido e a realização de quimioterapia ou radioterapia para tratar outros cânceres.

O carcinoma espinocelular
Segundo tipo de câncer de pele mais comum, representa até 25% dos casos na doença no Brasil. Origina-se das células escamosas, localizadas na parte superior da epiderme, que se proliferam descontroladamente. Assim como o carcinoma basocelular, é mais comum em pessoas de pele clara e naquelas áreas expostas: rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas frequentemente acometidos.
Sua apresentação varia conforme o subtipo: in situ, invasivo ou verrucoso. Entre os sinais de alerta estão as feridas que não cicatrizam num período de 4 a 6 semanas, surgimento de nódulos na pele com pequenas ulcerações ou mesmo verrugas dolorosas de crescimento progressivo. Quanto maior o tamanho do tumor, maior o risco de recorrência.

Embora seja mais agressivo que o carcinoma basocelular, o espinocelular também apresenta baixa letalidade e altas taxas de cura quando há diagnóstico precoce. Porém, cresce mais rapidamente e tem mais chance de se espalhar para os gânglios e outras partes do corpo. Quanto mais cedo descobrir e tratar, sempre melhor.

O melanoma
O melanoma representa apenas 5% dos casos de câncer de pele, mas provoca mais de 90% das mortes por esse grupo de doenças. É o quinto câncer mais comum em homens e o sétimo em mulheres no mundo, com 8 450 casos e mais de 1 800 óbitos previstos no Brasil em 2020.

É ignorado pela imensa maioria da população. Quase 80% dos brasileiros não sabem do que se trata, segundo levantamento do Datafolha.

Ao contrário do que ocorre com outros tipos de câncer, a incidência do melanoma vem subindo no Brasil e no mundo. Só recentemente a mortalidade se estabilizou nos Estados Unidos. A cultura do bronzeamento novamente ajuda a explicar o crescimento.

O sol é o grande fator de risco para o surgimento do melanoma, que tem origem nos melanócitos, as células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à nossa pele.

Dividido em quatro subtipos principais – extensivo superficial, nodular, lentigo maligno e acral –, o melanoma normalmente está visível na pele e pode surgir em qualquer parte do corpo, inclusive no couro cabeludo, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. No entanto, é mais comum no rosto, no tronco e no pescoço dos homens e nas pernas das mulheres.

Assim como nos carcinomas, quem tem pele ou olhos claros e cabelos loiros ou ruivos está mais sujeito à doença. Apesar de ser mais comum em homens de pele clara, com mais de 60 anos, o melanoma também tem avançado entre as mulheres, que no Brasil são o grupo mais afetado: são 4 200 casos entre eles e 4 250 entre elas.

Alguns outros fatores pesam nessa história:

Ter histórico pessoal ou familiar de câncer de pele Apresentar mais de 50 pintas pelo corpo
Possuir síndromes genéticas como xeroderma pigmentoso e albinismo Usar câmaras de bronzeamento artificial
Estar com a imunidade comprometida Ter doença de Parkinson
Apresentar mutações nos genes MITF, CDKN2A, CDK4, BAP1 – BRCA, no BRCA-2, no MRC1, TERT – telomerase reverse-transcriptase e POT1
O melanoma pode atingir também afrodescendentes, ainda que com frequência bem menor. Nesse caso, surge principalmente nas unhas, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, está relacionado à exposição solar e costuma ser mais grave. Também pode se desenvolver em pintas já existentes ou surgir de forma espontânea.

O autoexame é uma importante ferramenta para ajudar no diagnóstico precoce. E a regra do ABCDE mostra os principais sinais de alerta para o melanoma e outros tumores na pele. Por isso, preste atenção em pintas, sinais e lesões levando em consideração o seguinte:
Assimetria – Metade da pinta é diferente da outra
Bordas irregulares – As bordas do sinal são irregulares ou serrilhadas Coloração variável – Presença de duas ou mais cores no sinal Diâmetro – Sinais com mais de 6 milímetros de espessura
Evolução – Lesões que mudam de cor, formato ou tamanho
Como o melanoma é um tumor agressivo, com grande facilidade de se espalhar para outros órgãos – especialmente fígado, cérebro e pulmões –,

Lesões em estágio inicial normalmente podem ser tratadas apenas com cirurgia e têm mais de 90% de possibilidade de cura. Tumores avançados e com metástase (quando se espalham para outros locais) exigem terapias mais complexas e, infelizmente, estão relacionados a menos chances de êxito.

O tratamento do câncer de pele
A medicina dispõe de um grande arsenal terapêutico para tratar os diferentes tipos de câncer de pele — e ele evoluiu bastante nos últimos anos.

No caso do câncer de pele não melanoma, a cirurgia é o principal tratamento. A ideia é realizar a remoção integral do tumor, deixando margens livres ao redor, para evitar a volta da doença. Existem diversas técnicas que podem ser empregadas durante o ato cirúrgico, que têm boa precisão e permitem margens livres com menos mutilação, especialmente em áreas expostas, como rosto e nariz.

Em situações muito específicas, outros tratamentos podem ser utilizados, mas com menor índice de sucesso. É importante ressaltar que modalidades terapêuticas não cirúrgicas podem tratar o tumor apenas superficialmente e a doença continuar a progredir de forma silenciosa.
Essa progressão pode determinar invasão de outras estruturas como o

Para esses casos, recentemente foram aprovados medicamentos da classe da terapia-alvo (fármacos de uso oral que inibem mutações específicas do tumor e impedem a proliferação das células tumorais) e da imunoterapia (medicações injetáveis que ativam o sistema imunológico para atacar e destruir as células cancerosas).

Diante do melanoma, a escolha do tratamento depende do estágio e da localização do tumor. Nos estágios iniciais, restritos à pele, normalmente o tratamento se limita à remoção cirúrgica com ampliação de margens.

Nos pacientes que já apresentam comprometimento nos gânglios do sistema linfático, recomenda-se tratamento medicamentoso após a cirurgia para diminuir o risco de o tumor retornar. Quando o paciente já apresenta metástase, a abordagem medicamentosa se sobrepõe à cirúrgica.

Como o melanoma é bastante agressivo, tumores avançados ou com metástases têm pior prognóstico. Porém, nas últimas décadas surgiram novos medicamentos bastante promissores, que aumentam significativamente o tempo e a qualidade de vida dos pacientes, como a imunoterapia e a terapia-alvo.

Esses medicamentos já estão disponíveis no Brasil no sistema de saúde suplementar e privado. Infelizmente, ainda não há previsão sobre a dispensação no Sistema Único de Saúde (SUS), que atende quase 80% da população brasileira.

Diversas condições benignas, entre elas pintas e outros sinais na pele, podem se parecer com um câncer melanoma ou não melanoma. Daí a importância de um diagnóstico preciso.

Para tanto, o médico dermatologista conta com diversos recursos: exame inicial no consultório, dermatoscopia (método não invasivo que usa uma lente especial para visualizar as estruturas da pele) e biópsia (remoção de fragmentos das pintas suspeitas, que são examinadas no microscópio por um patologista).

No entanto, o Brasil falha em diagnosticar precocemente nada menos que 46% dos casos de melanoma, principalmente devido ao desconhecimento da doença e à localização das lesões em locais difíceis de observar. Campanhas de conscientização voltadas ao público leigo e ao treinamento de profissionais podem ajudar a reverter esse quadro.

Felizmente, apesar das dificuldades, o Brasil conta com iniciativas notáveis nesse sentido. Uma delas é o Dezembro Laranja. Promovido desde 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), propõe diversas ações para orientar a população e incentivar a busca de ajuda médica especializada.

O Dezembro Laranja transcendeu os resultados de uma campanha. Ajudou a destacar a temática do câncer de pele nos meios de comunicação e integrou-se ao calendário nacional, em pé de igualdade com o Outubro Rosa e o Novembro Azul, movimentos mundialmente conhecidos.

Outra iniciativa que mudou positivamente o panorama foi o programa Juntos Contra o Melanoma, do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM). Trata-se de um programa que propõe a conscientização de profissionais que não são médicos, mas vivem de olho na pele de seus clientes e podem sugerir avaliação médica se encontrarem algo suspeito: cabeleireiros, podólogos e tatuadores, por exemplo.

 

* Elimar Gomes é dermatologista, coordenador nacional do Dezembro Laranja – Campanha do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), idealizador e coordenador do programa Juntos Contra o Melanoma e coordenador do Grupo de Dermatologia do Centro Oncológico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

REVISTA VEJA . Grupo Abril

 

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